quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Natural Fotográfico - Safari






Fotografar é muito bom. E, fotografar em grupo, por prazer, é muito melhor ainda! Uma atividade que oferece a possibilidade de unir fotografia e convívio social é muito prazerosa e enriquecedora. Até, para constatar que existem outras modalidades de lazer que não seja, só, beber cerveja.Com a revolução da fotografia digital, a difusão do ato de fotografar e a popularização das câmeras digitais, muitas pessoas vêm descobrindo o prazer de fotografar. Junto a isso, temos a possibilidade da criação e desenvolvimento de atividades que visam o incentivo ao uso da fotografia e a inter-relação com outros assuntos, como a preservação do meio ambiente ou o esforço para a conservação do nosso riquíssimo e, quase sempre, abandonado patrimônio histórico. Foi pensando nisso, que criamos o Natural Fotográfico - Safári, com o objetivo de incentivar a captura de imagens, em expedições a parques ou locais onde a natureza possa e esteja sendo preservada. Posso garantir que é bem melhor do que o predador esporte da caça às espécies. E a natureza, com certeza, agradece!Na minha experiência, como participante de vários Safáris Fotográficos, atuando como instrutor de fotografia posso dizer que, o resultado tem sido gratificante para todos os envolvidos. Eu mesmo, além de poder estar transmitindo meus modestos conhecimentos fotográficos (com grande satisfação), tenho aprendido muito, no convívio com as pessoas com as quais tenho tido a oportunidade de conhecer, numa rica experiência humana.Algumas pessoas perguntam o porquê, do nome "Safári Fotográfico"? Em safáris convencionais caça-se alguma espécie ou explora-se algum lugar em busca de algo raro, interessante ou curioso. Nos Safáris Fotográficos não caçamos seres vivos com o intuito de elimina-los. Caçamos boas imagens, e nesse caso, independe se são imagens de animais, plantas, casarios, igrejas, rios, cachoeiras, figuras humanas ou mesmo uma cena urbana. O que vale é o contato, a diversão, a busca incessante pelo conhecimento, lazer e o prazer do passeio.Durante o passeio (ao fim do dia), fazemos uma parada para exibir as fotografias feitas por todos os participantes. Depois de feita uma seleção (com uma foto de cada participante do safári), num julgamento realizado pelos próprios integrantes, serão eleitas as três melhores fotografias, que serão premiados, em primeiro, segundo e terceiro lugares. 

Todos os participantes do Natural Fotográfico - Safári terão direito a um certificado de participação, assinado pelo fotógrafo Guy Joseph, organizador e instrutor de fotografia.
As viagens são feitas em seguras e confortáveis Vans, com ar condicionado e motorista profissional capacitado. O primeiro destino, será a cidade de Bananeiras, no Brejo paraibano, rica na oferta de elementos naturais e históricos, motivação para a realização de belíssimas fotografias. Em Bananeiras, visitaremos o centro histórico e seu belo casario, o Campus da UFPB, a região de Goiamunduba (em Tupi - terra da goiaba), vistando a bela Mata do Matias com seu Lago Encantado e um engenho de Cana de Açúcar. Poderemos subir ao Cruzeiro de Roma, com seu interessante Portal, vistando a centenária Capela, divisando do alto uma espetacular panorama de várias cidades do Brejo. Para coroar o passeio, vamos até a famosa Cachoeira do Roncador, onde fotografar é uma verdadeira e deslumbrante experiência lúdica.
Fica o convite, para você participar do Natural Fotográfico - Safári e desfrutar de uma maravilhosa viagem turística, acompanhado por pessoas que comungam do mesmo sentimento de beleza e contato respeitoso e prazeroso com a natureza.

Mais informações sobre o Natural Fotográfico - Safári podem ser obtidas através do número: 83 9979 2951

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Fogo*


Umarí Pereira

À tardinha, o Major retornava a sua cadeira de balanço, portando sua bengala, não que precisasse dela para se apoiar, era apenas um acessório, que lhe emprestava elegância e autoridade. E se alguém, por ventura, ousasse lhe desrespeitar, "levava com a bengala nas orelhas", como gostava de avisar. Como já esperava, um cafezinho fumegante e cheiroso, acabara de chegar pelas habilidosas e ágeis mãos de Ana Rita. O Major Ulhôa, recebe a xícara enquanto se demora, mais do que de costume, fitando o rosto da bela mulher, que finge não reparar, postando-se ao lado da cadeira, com o braço esquerdo sobre o encosto, pronta para balançar a cadeira do Major, assim que ele terminar de sorver o seu café. Depositando a xícara vazia na mesinha do lado esquerdo e se ajeitando na cadeira, o Major acende seu cigarro lançando baforadas em direção ao bueiro que também fuma. A fumaça do cigarro, soprada pelo Major Ulhôa, se confunde com a fumaça da chaminé do engenho num duelo, quase infantil, entre aquele homem sisudo e a edificação do engenho. Entre divertida e zombeteira, Ana Rita observa a discreta peleja do Major, como se naquele instante ele quisesse mostrar toda a sua virilidade e gênio folgazão.

O sol se pondo vai trazendo as sombras da noite e com elas os ruídos dos insetos e o murmúrio vindo das bandas das senzalas, que se preparam para dormir. Na casa grande, o silêncio só é quebrando por um ou outro ranger de móveis e o som cadenciado do engenho do grande relógio na sala de visitas.
Quem demorou a pegar no sono, apura os ouvidos pras bandas da casa grande, tentando adivinhar sussurros e murmúrios, quase gritos abafados... Alguns se benzem se esconjurando... Outros, em estado de pura excitação, chegam a visualizar  cenas eróticas, por traz daquelas grossas paredes.
Levado a se ausentar do Fogaréu, para resolver assuntos na Capital, o Major Ulhôa se demora na Cidade. Quando volta ao engenho, encontra Ana Rita ressabiada, desconfiada, ofendida. Calada, sem a alegria costumeira, Ana Rita continuava sua rotina de afazeres e cumprindo o ritual do cafezinho e da cadeira de balanço, todas as tardes. De vez em quando, passava um trabalhador, cumprimentando o Major, que respondia com leve aceno de cabeça. A cena se repetiu pela tarde inteira, parecendo que todos os moradores do Fogaréu, queriam olhar  a cara do Major Ulhôa, que imediatamente mandou chamar o chefe dos trabalhadores, para esclarecer a estranha movimentação. Ana Rita sumiu para dentro do casarão. Foi aí que Ulhôa ficou sabendo que Ana Rita tinha emprenhado.
- Quem foi o "filho de uma égua", que teve a audácia de bulir com a moça? Perguntou o Major, enraivecido, aos gritos.
- Ninguém sabe Major! E ela não conta pra ninguém... Não teve geito!
- Chame essa menina aqui! Berrou o Major Ulhôa. Você pode ir se embora, pro seu trabalho!
Nota: Originalmente, este texto foi criado como argumento do filme: Cana Fogo e Bagaço
  

domingo, 18 de agosto de 2013

Engenho do Laranjeiras


O antigo Engenho Laranjeiras, em Serraria, hoje funcionando como uma pousada, conserva as velhas máquinas, como se fora um verdadeiro museu. Até que não seria má ideia, transformar o Engenho Laranjeiras em um museu, aberto à visitação agendada, com entrada paga, venda de publicações referentes a sua história, entre inúmeros outros atrativos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Cana Fogo e Bagaço

Identidade visual do projeto, capa do livro e do filme, Cana Fogo e Bagaço.

Pensando na riqueza do material fotográfico, que disponho, sobre os antigos engenhos de cana de açúcar, me dispus a elaborar um projeto de fotografia documental, que consiste em fotografar e filmar os remanescentes engenhos de cana de açúcar da Paraíba. O resultado dessa documentação foto-videográfica, seria uma mega exposição, a edição de um curta metragem e a publicação de um livro de fotografia, cujo título será o mesmo do projeto: Cana Fogo e Bagaço.
Este trabalho pretende apresentar a fotografia documental, eivada de atributos estéticos, como uma das formas contemporâneas de expressão artística das mais instigantes. Seguindo os passos inspiradores de grandes documentaristas, como Tomaz Farkas, Pierre Verger e Marc Ferrez, de maneira criativa e impactual, a documentação fotográfica fará uso de recursos tecnológicos modernos para produzir uma coleção primorosa, onde a documentação se apresente de forma lúdica e acessível a todos os públicos. Portanto, captar imagens que propicie um pensamento crítico sobre o assunto abordado e, indubitavelmente, promover a reflexão e discussão, sobre esse momento histórico da formação da vida social brasileira.
Lembrando que, na atualidade, contando com o avanço tecnológico da captação de imagens digitais, o trabalho de documentação fotográfica, se reveste de características de qualidade, rapidez e economia, quando não mais existe a castradora preocupação com a limitação do consumo de filmes. Isso termina por criar circunstâncias, que favorecem e enriquecem as possibilidades de realização de um trabalho, com maior liberdade de meios, contribuindo para a conquista da qualidade somada a quantidade das imagens captadas. Com a realização desse projeto estaremos contribuindo para a difusão e massificação da arte da fotografia, que vive momentos de grande efervescência, interesse e popularidade.



segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Engenho Baixa Verde

Vista da moita, de dentro da Casa Grande, no Engenho Baixa Verde


Imponente e bela fachada da Gasa-Grande do Engenho Baixa Verde




Estivemos em visita ao Engenho Baixa Verde em fevereiro de 2006, durante as viagens da minha expedição fotográfica, da qual resultou o livro, Terra da Gente Paraíba. Naquela ocasião, fomos muito bem recebidos pelo amigo Geraldo Spínola Jr, que fez-se cicerone, nos acompanhando e explicando cada aspecto do legendário Baixa Verde. Construído em 1883 pelo Sr. Joaquim Miranda de Melo e sua esposa Nazinha Espínola é um dos mais representativos exemplares do nosso acervo arquitetônico, encontrados na arquitetura colonial rural do Nordeste. A imponente arquitetura, guarda as suas características originais como: Casa-grande; Capela; Casa de hóspedes; Senzala; Barracão; Terraço para secagem e armazenamento do café; Moita, com moenda, casa de fermentação e alambique para destilação de cachaça. As belezas do período colonial ficam evidenciadas em cada detalhe de sua construção com a presença das suas "eiras e beiras" e seus ornamentos que enriquecem as suas fachadas. Vale lembrar, que na época, a arquitetura de qualidade, detinha os citados ornamentos denominados de "eira e beira. A edificação que não tivesse tal detalhe arquitetônico, classificava o seu proprietário, como: "sem eira nem beira". Um "qualquer", na escala de classificação do status social daqueles tempos.O Engenho Baixa Verde tem a preocupação de manter e preservar seu acervo ecológico, uma paisagem natural de extrema riqueza e beleza. São pequenas cachoeiras, rios, pedras, animais silvestres e uma reserva florestal conhecida como Mata do Grilo, que esconde no seu interior a conhecida Pedra da Furna - uma gruta utilizada pelos seus primitivos habitantes, indígenas de antigamente, como abrigo.
Localizado no município de Serraria, numa altitude de 526 metros acima do nível do mar; Distante 140Km de João Pessoa, possui clima ameno, com temperaturas que variam entre 14º e 26º C; e um relevo montanhoso, o que propicia a prática de trilhas ecológicas e esportes.
Uma informação importante: no Baixa Verde, viveu o grande e respeitado artista plástico paraibano, Hermano José.
Concorrendo ao Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte-Minc, com projeto de levantamento iconográfico e documentação fotográfica, pretendo voltar ao Baixa Verde para coletar novas imagens daquele rico patrimônio. Agora, utilizando uma tecnologia digital mais aprimorada e sofisticada, do que a modesta Canon-Rebel que dispunha na época em que lá estive. Desse esforço documental, deverá resultar mais um livro de fotografias. Além de uma mega-exposição fotográfica.

domingo, 28 de outubro de 2012

Engenho Martiniano em Serraria

Capela e Casa Grande do Engenho Martiniano - Serraria-PB
Sino visto do interior da Capela do Engenho Martiniano - Serraria-PB

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Engenho Santo Antonio - Serraria-PB

Alpendre da Casa Grande do Engenho Santo Antonio em Serraria-PB
Fachada em Azulejos portugueses da Casa Grande, ao lado da Capela
Moita do Engenho Santo Antonio, com sua chaminé de fogo morto.
Detalhe dos Azulejos portugueses da casa grande no engenho Santo Antonio

Detalhe interno do alpendre da casa grande do engenho Santo Antonio

A região de Serraria, no Brejo paraibano, já teve muitas florestas de palmeiras, tornando-se famosa pela sua paisagem serrana e seu clima agradável. Vales verdejantes compõem uma rica paisagem, somados a presença dos antigos engenhos de cana de açúcar.

Serraria está situada no Brejo Paraibano, tendo como limites geográficos, os municípios de: Pilões, Pilõeszinhos, Areia, Borborema, Arara, Solânea e Bananeiras. Em linha reta, dista da capital do Estado, 88 quilômetros. A distância rodoviária fica em 123 quilômetros. A área do município é de 177 quilômetros quadrados. O sítio urbano onde se assenta a cidade ocupa a parte mais alta da cordilheira oriental da Borborema, numa altitude de 526 metros em relação ao nível do mar.
Os primórdios da cidade estão relacionados com a instalação de uma antiga tenda de serviços de serraria no lugar e que deu origem a um povoado. Posteriormente, a existência da vila tomou o nome de Serraria. O lugar é o mesmo onde está localizada a Igreja-Matriz do Sagrado Coração de Jesus. Antes de ser, propriamente, uma igreja, foi uma humilde capela no interior da qual existia um altar em louvor a Nossa Senhora da Boa Morte. No interior dessa capela, celebrava missas o vigário-doutor José Antônio de Maria Ibiapina. Os primeiros colonos que se estabeleceram nos terrenos do atual município de Serraria vieram, desde Mamanguape para a formação da antiga Missão de Santo Antônio da Boa Vista, no começo do Século XVIII. Antes de ocuparem as terras de Serraria, esses colonos fundaram a Vila de Pilões, a qual recebeu o benefício da implantação de fazendas de gado e engenhos para a fabricação de rapaduras. Em 1851 tornou-se habitual a retirada de madeira das matas do lugar, para a fabricação de tábuas para a fabricação de móveis e utensílios. No topo da serra instalou-se a serraria, nos terrenos que pertenciam a um desbravador de nome Manoel Birindiba.
A primeira casa do lugar pertenceu a Faustino do Rosário e foi construída em 1860. Serraria, simples povoado, cresceu e superou a Vila de Pilões da qual transformou-se em sede, através da Lei nº 80 de 13 de Outubro de 1897 num decreto assinado pelo então presidente da Província da Paraíba, Antônio Alfredo da Gama e Meio.
A população da atual cidade de Serraria considera o dia 13 de outubro a sua data histórica de emancipação política, muito embora a verdadeira datação para a existência do município seja o dia 31 de Dezembro de 1943, de acordo com a Lei Estadual nº 420.
Em três ciclos distintos que se sobrepuseram através dos tempos, foi a agricultura a principal atividade econômica de Serraria. O primeiro ciclo foi o das fazendas de café e dos engenhos de cana de açúcar. A produção dos canaviais fez desaparecer a atividade cafeeira abrindo fronteiras agrícolas para o predomínio, quase absoluto, dos engenhos que fabricavam rapaduras, açúcar mascavo, aguardentes e caxixis. O município teve 47 dessas unidades de produção, todas elas contribuindo para que a população rural fosse maior que a dos moradores da zona urbana.
Com o surgimento das grandes usinas, os engenhos foram paralisando suas moendas. Seus proprietários transformaram-se em fornecedores de cana para a grande indústria sucro-alcoleira. Com a falência da Usina Santa Maria, de Areia, que era a principal compradora da cana, aconteceu a grande crise que abalou profundamente a economia agrícola de Serraria. Engenhos tradicionais como o Paulo Afonso, o Baixa Verde, o Laranjeiras e o Santo Antonio, apagaram o fogo dos seus bueiros e passaram a usar suas terras para o plantio intensivo de bananeiras e, também, para a criação de gado.
A população de Serraria é, predominantemente Católica. A principal festa religiosa é promovida no dia 31 de dezembro, data consagrada ao Sagrado Coração de Jesus. O aniversário de emancipação política do município é comemorado em 13 de outubro.
Nos folguedos populares, Serraria é destaque pela promoção de Cavalhadas, conhecidas ali pelo nome de Corrida das Argolinhas.